A história da África e dos africanos
Repense o passado do continente e discuta as ideias que a turma tem sobre ele
Um lugar distante, habitado por povos primitivos sem história e sem conhecimento, vivendo em meio a pobreza, fome e doenças. O imaginário sobre o continente africano é muito diferente de sua realidade. Os estereótipos negativos formam o que a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie chama de
“história única”. Ao tratar de vários aspectos da história e da cultura africana em sala de aula, a turma tem contato com outros elementos e passa a reconhecer esse território como diverso e um importante produtor de cultura. “Quando rejeitamos a história única, quando percebemos que nunca há apenas uma história sobre qualquer lugar, reconquistamos uma espécie de paraíso”, afirma a autora.
O primeiro passo é buscar informações sobre o tema. Diversos materiais vêm tentando reconstruir, desde a década de 1970, a história do continente. As pesquisas são pautadas pelo resgate, principalmente, dos relatos transmitidos oralmente pelos povos africanos. A coleção
História Geral da África, organizada pela Unesco, o livro
A África em Sala de Aula, de Leila Leite Hernandez, e o artigo
História da África, de Mônica Lima e Sousa, são exemplos de materiais que ajudam a desconstruir mitos sobre a África.
Ao transpor esse conhecimento para a sala de aula, o professor deve pensar nas suas diversas relações com a história do Brasil. “Nosso passado não se relaciona apenas com a Europa, muito mais comum nos livros didáticos, mas também há muitos elementos compartilhados entre nós e o continente africano”, esclarece Jaqueline Lima Santos, assessora do programa Diversidade, Raça e Participação, da ONG Ação Educativa. (Saiba mais fazendo o teste abaixo.)
Tópicos já tratados na escola precisam ser repensados para fortalecer a relação com a África e valorizar o conhecimento que se tem sobre os povos que habitaram o continente há milhares de anos. “O Antigo Egito, por muito tempo, foi o único tema relacionado à África tratado nas aulas de História. Isso se dá por causa da crença de que o Egito era branco e sua história era merecedora de ser contada juntamente com a história europeia”, explica Juliano Custódio Sobrinho, professor da Universidade Nove de Julho (Uninove). Ao tratar do tema, é possível destacar não apenas sua relação com o Oriente Médio mas também as muitas influências dos povos da África subsaariana com essa civilização.
Desconstruindo a história da África
Leia e escolha “sim” ou “não” para as afirmações sobre o continente africano.
2. Por não terem desenvolvido escrita, os antigos povos africanos ao sul do Saara não possuem história que possa ser estudada pelos pesquisadores ou trabalhada em sala de aula.
VOCÊ ACERTOU! Uma visão que já está sendo superada determina que a história só se iniciou a partir do surgimento da escrita. Povos que não possuíam esse tipo de registro eram, portanto, categorizados como “sem história” ou pré-históricos, caso de boa parte dos povos ao sul do Saara. Mas a análise de pinturas e vestígios arqueológicos permitiu entender como essas populações – tanto na África quanto em outros locais – se organizavam e se desenvolveram. Inventos, descobertas, migrações e maneiras de sobrevivência criados por elas foram mudanças importantes na trajetória humana. O termo “pré-escrita” foi cunhado para substituir o “pré-história”, que apresentava essa visão já ultrapassada. Ao trabalhar o tema, deixe de lado a perspectiva antiga e apresente à turma seus avanços. Saiba mais no
primeiro volume da coleção História Geral da África, organizada pela Unesco, e no infográfico
África: berço da Humanidade e do Conhecimento
A história da África e dos africanos
Repense o passado do continente e discuta as ideias que a turma tem sobre ele
Um lugar distante, habitado por povos primitivos sem história e sem conhecimento, vivendo em meio a pobreza, fome e doenças. O imaginário sobre o continente africano é muito diferente de sua realidade. Os estereótipos negativos formam o que a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie chama de
“história única”. Ao tratar de vários aspectos da história e da cultura africana em sala de aula, a turma tem contato com outros elementos e passa a reconhecer esse território como diverso e um importante produtor de cultura. “Quando rejeitamos a história única, quando percebemos que nunca há apenas uma história sobre qualquer lugar, reconquistamos uma espécie de paraíso”, afirma a autora.
O primeiro passo é buscar informações sobre o tema. Diversos materiais vêm tentando reconstruir, desde a década de 1970, a história do continente. As pesquisas são pautadas pelo resgate, principalmente, dos relatos transmitidos oralmente pelos povos africanos. A coleção
História Geral da África, organizada pela Unesco, o livro
A África em Sala de Aula, de Leila Leite Hernandez, e o artigo
História da África, de Mônica Lima e Sousa, são exemplos de materiais que ajudam a desconstruir mitos sobre a África.
Ao transpor esse conhecimento para a sala de aula, o professor deve pensar nas suas diversas relações com a história do Brasil. “Nosso passado não se relaciona apenas com a Europa, muito mais comum nos livros didáticos, mas também há muitos elementos compartilhados entre nós e o continente africano”, esclarece Jaqueline Lima Santos, assessora do programa Diversidade, Raça e Participação, da ONG Ação Educativa. (Saiba mais fazendo o teste abaixo.)
Tópicos já tratados na escola precisam ser repensados para fortalecer a relação com a África e valorizar o conhecimento que se tem sobre os povos que habitaram o continente há milhares de anos. “O Antigo Egito, por muito tempo, foi o único tema relacionado à África tratado nas aulas de História. Isso se dá por causa da crença de que o Egito era branco e sua história era merecedora de ser contada juntamente com a história europeia”, explica Juliano Custódio Sobrinho, professor da Universidade Nove de Julho (Uninove). Ao tratar do tema, é possível destacar não apenas sua relação com o Oriente Médio mas também as muitas influências dos povos da África subsaariana com essa civilização.
Desconstruindo a história da África
Leia e escolha “sim” ou “não” para as afirmações sobre o continente africano.
3. A porção da África localizada abaixo do Saara sempre foi habitada por povos que, apesar de numerosos, tinham tradições muito parecidas.
VOCÊ ACERTOU! A diversidade é a principal marca do continente. Por exemplo: hoje, são faladas mais de 2 mil línguas, tendo cada uma delas diferentes dialetos. Apesar de alguns povos – como os bantos – possuírem origem comum, as diferenças são grandes a ponto de eles não poderem ser categorizados como a mesma etnia. Saiba mais no texto
História da África, escrito por Mônica Lima e Sousa
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