segunda-feira, 7 de abril de 2014

Dia Mundial da Saúde









Há 48 anos a CNBB preocupa-se em refletir com seus fiéis problemas de cunho social, onde o maior objetivo é conscientizar a sociedade como um todo sobre as questões apresentadas. E, sem dúvidas não poderia ser diferente, a proposta tem como tema: Fraternidade e Saúde Publica e como lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38,8).
A pedagogia instalada da Campanha da Fraternidade tem como base o ver, julgar e agir.
Ver: observação da realidade local para compreender sua relação com o tema.
Julgar: embasamentos bíblicos sobre o tema.
Agir: ações práticas que preocupam-se em contribuir com atividades no local.
O objetivo geral da Campanha da Fraternidade de 2012 foi: “Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção dos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde” (p. 12 do Texto-Base).
Além do objetivo geral a Campanha da Fraternidade  2012 apresenta seis objetivos específicos. Estes são: “a) Disseminar o conceito de bem vier e sensibilizar para a prática de hábitos de vida saudável; b) Sensibilizar as pessoas para o serviço aos enfermos, o suprimento de suas necessidades e a integração na comunidade; c) Alertar para a importância da organização da pastoral da Saúde nas comunidades: criar onde não existe, fortalecer onde está incipiente e dinamizá-la onde ela já existe; d) Difundir dados sobre a realidade da saúde no Brasil e seus desafios, como sua estreita relação com os aspectos sócio-culturais de nossa sociedade; e) despertar nas comunidades a discussão sobre a realidade da saúde pública, visando à defesa do SUS e a reivindicação do seu justo financiamento; e f) Qualificar a comunidade para acompanhar as ações da gestão pública e exigir a aplicação dos recursos públicos com transparência, especialmente na saúde” (cf. p. 12 do Texto-Base da CF).
A abertura da CF ocorre em todo o Brasil na Quarta- Feira de cinzas, dia em que a Igreja pede ao seu fiel que faça o jejum e abstinência de carne e sua finalização ocorre no Domingo de Ramos, através de uma Coleta em dinheiro que é enviada para a Cáritas Brasileira (é uma entidade de promoção e atuação social que trabalha na defesa dos direitos humanos, da segurança alimentar e do desenvolvimento sustentável solidário. Sua atuação é junto aos excluídos e excluídas em defesa da vida e na participação da construção solidária de uma sociedade justa, igualitária e plural).o órgão que é responsável em enviar a verba para os locais no Brasil que mais necessitam. Mas nada impede que a ação apresentada pela campanha durante o período quaresmal seja desenvolvida ao longo do ano em seu local.

Conheça a oração da CF:
Senhor Deus de amor,
Pai de bondade,
nós vos louvamos e agradecemos
pelo dom da vida,
pelo amor com que cuidais de toda a criação.
Vosso Filho Jesus Cristo,
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos
e de todos os sofredores,
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude.
Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito.
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo,
e que a saúde se difunda sobre a terra.
Amém.
Por: Mayra Montoya Mariano – Jufem Atibaia
Fontes:
http://www.portalkairos.net/campanhadafraternidade/2012/campanhadafraternidade2012_materiais.asp

http://caritas.org.br/novo/sobre/
E você ? O que pode fazer em seu local para contribuir para a CF e com a sociedade Não fique apenas no ver e julgar, mas vamos agir em prol da Saúde Pública de nosso país.

No Dia Mundial da Saúde, muita luta e pouca comemoração


Jornal do BrasilGisele Motta *


O Dia Mundial da Saúde, criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como forma de ampliar a informaçãosobre o setor, é comemorado em 7 de abril. Além do importante tema de 2014, as doenças transmitidas por vetores - como a dengue, que é epidêmica no Brasil -, o mais discutido neste dia, no Rio de Janeiro, foi o descaso geral com a saúde no estado, que enfrenta demolições e privatizações no setor. Hoje, diversos protestos aconteceram pela cidade, numa luta constante pela melhoria dos serviços.
Os profissionais ligados às entidades do setor no Rio de Janeiro aderiram à mobilização nacional em defesa de melhores salários e condições de trabalho, principalmente no setor público. Para chamar a atenção, os médicos fluminenses decidiram pela suspensão dos serviços para clientes vinculados aos planos de saúde. Os serviços de urgência e emergência foram mantidos.








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Cerca de 200 manifestantes se reuniram nas escadarias da Câmara dos Vereadores, na Cinelândia, onde foram colocados cartazes e fotos com reivindicações e denúncias sobre a precariedade dos serviços. Além de melhores condições de trabalho e atendimento adequado à população, os médicos reivindicam concurso público, plano de cargos, carreiras e vencimentos, e piso salarial de R$ 10.991,19 – conforme parecer da Federação Nacional dos Médicos.
No Rio, a manifestação foi promovida pelo Conselho Regional de Medicina e pelo Sindicato dos Médicos. A manifestação fez parte de um movimento nacional. Das escadarias da Câmara dos Vereadores os manifestantes saíram em passeata até a sede do Núcleo do Ministério da Saúde, na Rua México, no Centro da cidade.
Um membro da Comissão de Mobilização do Movimento de Moradores e Usuários do Iaserj/SUS (Mudi), que surgiu na luta contra o fechamento do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Iaserj), ressalta as principais reivindicações que vêm sido travadas na saúde pública do Rio.
Segundo o movimento, que se reuniu em um protesto na tarde desta segunda na Rua da Carioca, no Centro, os usuários do hospital não eram somente os servidores do Estado, que hoje em dia tem um plano de saúde em parceria com a prefeitura, já que a unidade que os atendia não existe mais. “O hospital emitia carteirinha para diversas pessoas que não eram servidores. Um hospital que servia aos moradores da região e foi destruído, em pleno funcionamento. Existia uma pressa absurda em demolir o hospital para ampliar o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e até hoje o terreno está inútil". O Mudi denuncia também que ¾ da área do Iaserj serão um  estacionamento. Em termos de leitos, serão pouquíssimos, cerca de 20. "Isso tudo é um contrassenso. Anos e anos, o Inca, vizinho do Iaserj, sempre teve interesse da área do Iaserj para estacionamento”, denuncia o ativista.
Para o membro do Mudi, tudo isso faz parte de uma intenção maior do governo, que visa o lucro e o desvio de verbas. “Existe uma necessidade de sucatear os hospitais para justificar o fechamento deles para implementar Clínicas da Família e Centros de Saúde, que têm um perfil mais preventivo e com a participação dessas Organizações Sociais (OS) para administrar os locais”, denuncia o membro da Comissão, que pediu para não ser identificado.
Segundo ele, a situação piora pela falta de diálogo junto ao Poder Público. O Movimento informa que existe um inquérito sobre como o Iaserj foi desativado – com equipamentos sendo retirados durante a noite, por pessoas não identificadas e pacientes sendo retirados com brutalidade - e até o momento não se conseguiu uma reunião com o procurador responsável: Ertulei Laureano Matos. Questionada, a assessoria do Ministério Público não respondeu até o fechamento desta matéria. “Não temos diálogo com o Poder Público. Não somos ouvidos. O único lugar onde houve discussão foi  na última reunião da P1 (Região Administrativa) que reuniu associações de moradores e a Secretaria de Saúde. Lá foi dito claramente que não se concordava com as mudanças no Salles Netto, por exemplo, e isso foi solidamente ignorado, inclusive passando por cima do Conselho Municipal de Saúde, que também não aprovou as mudanças”, complementa.
“Nós não queremos que as Clínicas da Família não existam, mas não queremos que hospitais em boas condições sejam fechados para que elas sejam feitas. Que se procurem novos locais”, completa o representante do Mudi. Ele ainda relembra a luta por um novo hospital na área do Centro: “Existem vários prédios vazios na região, como o do IML, prédios da iniciativa privada que têm dívidas de impostos, que poderiam ser desapropriados para colocar um hospital na área do centro”, observa.
Além do Iaserj, outras associações lutam pela saúde no Rio de Janeiro, como o caso do hospital pediátrico Salles Netto, no Rio Comprido, que será transformado em um Centro Municipal de Saúde, depois de ter a internação e emergência fechadas em 2013. A Associação de Moradores do Rio Comprido (Amorico) vem fazendo protestos contra a mudança. Outros tantos hospitais, como o Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião, que foi desativado e transferido para o Iaserj, e depois da sua demolição, funciona no Hospital dos Servidores.
Se os usuários do Serviço Único de Saúde se mostram cada vez mais desanimados pelos acontecimentos recentes, não são os únicos. Os médicos também estão numa situação que consideram de crise. “Nós levamos um contracheque de um médico para a manifestação, que chamamos de 'contrachoque'. Ele ganha um salário completamente defasado, que é de R$ 208, mais benefícios, que chegam a R$ 1300. A questão salarial é claramente um dos fatores que causam o déficit de médicos na rede pública de saúde”, comenta o presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Jorge Darze.
Darze coloca esse ponto e ainda outros como essenciais numa pauta para melhorias na saúde pública. Além da questão salarial, o Sindicato se posiciona contra a proliferação de escolas médicas, e a falta de estrutura dos hospitais, que torna cada vez mais difícil a especialização através da residência médica. Além disso, lutam por 10% da receita bruta do Estado para a saúde. 
Na questão da saúde privada, o autoritarismo dos planos de saúde também é questionado. Os médicos têm pouca ou nenhuma voz no que diz respeito ao preço cobrado pela consulta. “Isso tudo sem falar no direito dos pacientes. Muitos procedimentos não são autorizados pelo plano, como as próteses para as cirurgias que não são fornecidas a não ser que você entre na Justiça. Visto tudo isso, hoje foi um dia de denúncia. Cumprimos nosso dever, neste que é um dia Nacional para o Protesto”, complementa o médico. 

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