sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Da importância de pedir desculpas para nossos filhs... . Afinal, querendo ou não, somos o exemplo.

Familia por favor seja exemplo  educar é pedir sim desculpa ,certo mesmo que pensem assim algumas pessoas... "Nunca peça desculpas aos seus filhos! Ainda que você acredite que errou, não peça desculpas, porque isso tira toda a sua autoridade! Pai e mãe acerta até quando erra!
Ouvi isso de uma conhecida tempos atrás, quando ainda nem tinha filhos. Desde então, já estranhei. Filhos, afinal, são pessoas, seres humanos com os quais a gente se relaciona. Se pedimos desculpas aos amigos, aos familiares, aos companheiros de trabalho quando cometemos um erro, por que não pedir desculpas a um filho?
Todas as vezes que peço desculpas às minhas filhas, quando percebo que agi de maneira inadequada com elas, ou ao menos de uma maneira diferente daquela que gostaria de ter agido, eu me lembro dessa conhecida. E sinto uma certa tristeza por ela, por todas as oportunidades que ela deve ter perdido ao longo da sua experiência como mãe – oportunidades de rever as próprias atitudes, de reconhecer as próprias limitações, de empreender um esforço sincero e comprometido para, dali por diante, ser uma pessoa melhor.
Reconhecer um erro, um engano, um tropeço, e pedir desculpas aos nossos filhos por aquilo que achamos que deveríamos ou poderíamos ter feito diferente, não é vergonha nem humilhação – é apenas o reconhecimento da nossa condição humana, imperfeita, falível, e o acolhimento de uma oportunidade única de amadurecimento, aprendizado e crescimento. Porque é errando que a gente aprende, mas é preciso reconhecer o erro como tal, e assumir por ele a responsabilidade, diante de si e do outro.
Pai e mãe erram, sim. Quase sempre, estão tentando acertar, fazer o melhor. Mas são humanos, têm suas limitações, suas idiossincrasias. Seja por um erro de raciocínio, por impaciência, por cansaço, por ignorância (no sentido de ignorar alguma coisa) ou pelo motivo que for, às vezes tropeçamos e nos desviamos do caminho que acreditamos ser o melhor. Ficamos aquém do que poderíamos. Nessas horas, não há nada como a possibilidade de olhar para si e para as próprias atitudes, rever o que precisa ser revisto, e reinventar-se reconhecendo o erro, pedindo desculpas e comprometendo-se verdadeiramente a agir diferente da próxima vez – coisa que às vezes conseguiremos, outras não. E virão novas desculpas, e novos aprendizados.
Já pedi desculpas às minhas filhas incontáveis vezes. Por coisas que disse e gostaria de não ter dito, por perder a paciência, por não ter condições de oferecer a elas o que me solicitam em determinado momento, e por muitas outras coisas. Do alto da sua sabedoria infantil, elas me acolhem sempre. Perdoam-me o erro sem qualquer traço de mágoa, e estão sempre de braços e corações abertos. Generosamente, elas reconhecem que as relações humanas – ao menos as sinceras, intensas e inteiras – são feitas de tentativas, de acertos e alguns erros pelo caminho. E me ajudam a apaziguar o coração e seguir adiante sem culpa, mas com responsabilidade.
Eu aprendo com elas, e elas comigo: que somos todos lindamente imperfeitos, aprendizes brincando e experimentando com a vida, e é isso que nos ensina e nos faz crescer.
Pedir desculpas não é sinal de fraqueza, ao contrário: é valentia. É coragem de estar desnudo diante do outro, reconhecendo as próprias falhas e os próprios limites, e desejando ser melhor da próxima vez.
Eu peço desculpas às minhas filhas, sim. E você?

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