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Revista de Clínica Cirúrgica da Paraíba
Nº 6, Ano 4, (Julho de 1999)
ANDRAGOGIA :
A APRENDIZAGEM NOS ADULTOS
Prof. Roberto de Albuquerque Cavalcanti *
"Nosso sistema acadêmico se desenvolveu numa ordem inversa: assuntos e professores são os pontos de partida, e os alunos são secundários. ... O aluno é solicitado a se ajustar a um currículo pré-estabelecido. ... Grande parte do aprendizado consiste na transferência passiva para o estudante da experiência e conhecimento de outrem ". Mais adiante oferece soluções quando afirma que"nós aprendemos aquilo que nós fazemos. A experiência é o livro-texto vivo do adulto aprendiz". Lança assim as bases para o aprendizado centrado no estudante, e do aprendizado tipo "aprender fazendo". Infelizmente sua percepção ficou esquecida durante muito tempo.
posta a técnica exigida do professor universitário numa zona limitrófe entre a pedagogia e a
andragogia. Portanto, não se deve abolir totalmente os pressupostos tradicionais e nem
transformá-los em ferramentas de engessamento dos cursos. Algumas características da
Pedagogia precisam ser mantidas e mescladas com algumas ferramentas da Andragogia.
A relação entre as ciências da Andragogia e da Pedagogia deve ser entendida como
uma relação de completude e não de rompimento. O papel da Andragogia no ensino superior
moderno deve ser o de municiar o professor de alternativas inteligentes e eficazes para a
obtenção de melhores resultados, mas sem renegar os princípios da Pedagogia, que seguem a
orientar a educação infantil.
Referências
ALCALÁ, Adolfo. Es la Andragogía una Ciencia?. Caracas: Ponencia, 1999.
CAVANCANTI, Roberto de Albuquerque; GAYO, Maria Alice Fernandes da Silva.
Andragogia na educação universitária. Conceitos. Disponível em:
<www.adufpb.org.br/publica/conceitos/11/art05.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2006.
CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionário etmológico Nova Fronteira da língua portuguesa /
Antonio Geraldo da Cunha; assistentes : Cláudio Mello Sobrinho... [et. al.]. – Rio de Janeiro :
Nova Fronteira, 1982.
FERRAZ, Serafim Firmo de Souza; LIMA, Tereza Cristina Batista de; SILVA, Suely
Mendonça de Oliveira e. Contratos de aprendizagem : Princípios andragógicos e ferramenta
de gestão da aprendizagem. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO-ENANPAD, 28., 2004,
Salvador. Anais…, Salvador: ANPAD, 2004. 1 CD-ROM.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio século XXI : O dicionário da
língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
Andragogia: Aprendendo a ensinar adultosAutor: Carlos César Ribeiro SantosResumoA busca pela elevação da qualidade do ensino superior vem sendo tema recorrente em diversos fóruns, congressos, câmaras técnicas, debates, entre outros, por todo o país. Essa preocupação se deve pelo fato de que a grande maioria das instituições de ensino superior no Brasil ainda utilizam, equivocadamente, a pedagogia como base de sua metodologia de ensino. O grande questionamento se deve pelo fato de que as instituições de ensino superior possuem adultos em sua totalidade de alunos, logo, o adulto precisa saber o que está estudando, para que está estudando e se irá favorecer-lhe futuramente. Neste sentido, torna-se necessário um redimensionamento das metodologias pedagógicas nessas instituiçõesbrasileiras, ressaltando e apontando a importância da Andragogia. O método andragógico, favorece e estimula o adulto a aprender, e o questionamento se insere nesse ponto, porque não Andragogia e sim Pedagogia? Se são adultos, se são pessoas com experiências e bagagens de vida, se são consideradas adultas, porque não podem então ter uma educação especifica para tal? Este artigo aborda uma série de questionamentos sobre a questão da educação de adultos e da necessidade urgente do aprofundamento desta nova ciência “Andragogia”, baseada em vários teóricos do mundo e pesquisa bibliográfica sobre o tema. Palavras-chave: Andragogia, Educação de adultos, Pedagogia, Aprendizagem.
1. Necessidade de saber: adultos precisam saber por que precisam aprender algo e qual o ganho que terão no processo.
Campos de estudo da Educação
Administração escolar | Arte-educação | Biologia educacional | Distúrbios da aprendizagem | Educação de adultos | Educação inclusiva | Educação popular | Filosofia da educação | Medidas educacionais | Metodologias de ensino | Necessidades educativas especiais | Orientação educacional |Pedagogia | Politicas educacionais | Psicologia da aprendizagem | Psicopedagogia | Sociologia da educação | Supervisão do ensino | Tecnologias educacionais | Psicologia do desenvolvimento | Teorias da aprendizagem
Ensino por tema: Alfabetização | Educação sexual | Educação matemática | Ensino da língua materna
Níveis de ensino: Educação infantil | Ensino fundamental | Educação especial | Ensino médio | Ensino superior
Rankings internacionais: Índice de alfabetização | Programa Internacional de Avaliação de Alunos | Índice de educação
DISCIPLINA: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CRÉDITOS: 02 CARGA HORÁRIA: 30 h EMENTA: O conceito de alfabetização numa visão histórica, social, política e cultura.A alfabetização de jovens e adultos no Brasil .A Andrologia. A alfabetização numa perspectiva sócio-construtiva . As contribuições de Paulo Freire. A psicogênese da língua escrita. A avaliação como análise do processo. O papel do professor alfabetizador e as relações estabelecidas no ato pedagógico.
Introdução
Crianças são seres indefesos, dependentes. Precisam ser alimentados, protegidos, vestidos, banhados, auxiliados nos primeiros passos, Durante anos se acostumam a esta dependência, considerando-a como um componente normal do ambiente que as rodeia. Na idade escolar, continuam aceitando esta dependência, a autoridade do professor e a orientação deles como inquestionáveis.
A adolescência vai mudando este status quo. Tudo começa a ser questionado, acentuam-se as rebeldias e, na escola, a infalibilidade e autoridade do professor não são mais tão absolutas assim. Alunos querem saber por que devem aprender geografia, história ou ciências.
A idade adulta trás a independência. O indivíduo acumula experiências de vida, aprende com os próprios erros, apercebe-se daquilo que não sabe e o quanto este desconhecimento faz-lhe falta. Escolhe uma namorada ou esposa, escolhe uma profissão e analisa criticamente cada informação que recebe, classificando-a como útil ou inútil.
Esta evolução, tão gritante quando descrita nestes termos, infelizmente é ignorada pelos sistemas tradicionais de ensino. Nossas escolas, nossas universidades tentam ainda ensinar a adultos com as mesmas técnicas didáticas usadas nos colégios primários ou secundários. A mesma pedagogia é usada em crianças e adultos, embora a própria origem da palavra se refira à educação e ensino das crianças (do grego paidós = criança).
APERCEBENDO-SE DA DIFERENÇA
Linderman, E.C, em 1926, pesquisando as melhores formas de educar adultos para a "American Association for Adult Education" percebeu algumas impropriedades nos métodos utilizados e escreveu:
A partir de 1970 , Malcom Knowles trouxe a tona as idéias plantadas por Linderman. Publicou várias obras, entre elas "The Adult Learner - A Neglected Species" (1973), introduzindo e definindo o termo Andragogia - A Arte e Ciência de Orientar Adultos a Aprender. Daí em diante, muitos educadores passaram a se dedicar ao tema, surgindo ampla literatura sobre o assunto.
ANDRAGOGIA - A ARTE E CIÊNCIA DE ORIENTAR ADULTOS A APRENDER.
Kelvin Miller afirma que estudantes adultos retém apenas 10% do que ouvem, após 72 horas. Entretanto serão capazes de lembrar de 85% do que ouvem, vêm e fazem, após o mesmo prazo. Ele observou ainda que as informações mais lembradas são aquelas recebidas nos primeiros 15 minutos de uma aula ou palestra.
Para melhorar estes números, faz-se necessário conhecer as peculiaridades da aprendizagem no adulto e adaptar ou criar métodos didáticos para serem usados nesta população específica.
Segundo Knowles, à medida que as pessoas amadurecem, sofrem transformações:
|
Partindo destes princípios assumidos por Knowles, inúmeras pesquisas foram realizadas sobre o assunto. Em 1980, Brundage e MacKeracher estudaram exaustivamente a aprendizagem em adultos e identificaram trinta e seis princípios de aprendizagem, bem como as estratégias para planejar e facilitar o ensino. Wilson e Burket (1989) revisaram vários trabalhos sobre teorias de ensino e identificaram inúmeros conceitos que dão suporte aos princípios da Andragogia. Também Robinson (1992), em pesquisa por ele realizada entre estudantes secundários, comprovou vários dos princípios da Andragogia, principalmente o uso da experiências de vida e a motivação intrínseca em muitos estudantes.
Comparando o aprendizado de crianças (pedagogia) e de adultos (andragogia), se destacam as seguintes diferenças:
Relação Professor/Aluno | Professor é o centro das ações, decide o que ensinar, como ensinar e avalia a aprendizagem | A aprendizagem adquire uma característica mais centrada no aluno, na independência e na auto-gestão da aprendizagem. |
Razões da Aprendizagem | Crianças (ou adultos) devem aprender o que a sociedade espera que saibam (seguindo um curriculo padronizado) | Pessoas aprendem o que realmente precisam saber (aprendizagem para a aplicação prática na vida diária). |
Experiência do Aluno | O ensino é didático, padronizado e a experiência do aluno tem pouco valor | A experiência é rica fonte de aprendizagem, através da discussão e da solução de problemas em grupo. |
Orientação da Aprendizagem | Aprendizagem por assunto ou matéria | Aprendizagem baseada em problemas, exigindo ampla gama de conhecimentos para se chegar a solução |
Alguns autores já extrapolam estes princípios para a administração de recursos humanos. A capacidade de autogestão do próprio aprendizado, de auto-avaliação, de motivação intrínseca podem ser usados como bases para um programa onde empregados assumam o comando de seu próprio desenvolvimento profissional, com enormes vantagens para as empresas. Uma gestão baseada em modelos andragógicos poderá substituir o controle burocrático e hierárquico, aumentando o compromentimento, a auto-estima, a responsabilidade e capacidade de grupos de funcionários resolverem seus problemas no trabalho.
Aliás, os atuais métodos administrativos de controle de qualidade total já prevêem e utilizam estas características dos adultos. No CQT, os funcionários são estimulados a reuniões periódicas onde serão discutidos os problemas nos setores e processos sob sua responsabilidade, buscadas suas causas, pesquisadas as possíveis soluções, que serão implementadas e reavaliadas posteriormente. Está aí implícita a atividade de aprendizagem, onde pessoas vão trocar idéias, buscar em suas experiências e outras fontes a construção de um novo conhecimento e a solução de problemas. O setor empresarial, sem dúvida mais ágil que o de ensino, conseguiu difundir muito mais rapidamente vários dos conceitos da andragogia, mesmo sem este rótulo estabelecido pelo mundo pedagógico.
OS UNIVERSITÁRIOS
Os estudantes universitários não são exatamente adultos, mas estão próximos desta fase de suas vidas. O ensino clássico pode resultar, para muitos deles, num retardamento da maturidade, já que exige dos alunos uma total dependência dos professores e curriculos estabelecidos. As iniciativas não encontram apoio, nem são estimuladas. A instituição e o professor decidem o que, quando e como os alunos devem aprender cada assunto ou habilidade. E estudantes deverão se adaptar a estas regras fixas.
Alguns alunos sem dúvida conseguem manter seus planos e ideais, suas metas e trajetórias, reagindo contra estas imposições e buscando seus próprios caminhos. Geralmente serão penalizados por baixos conceitos e notas, já que não seguem as regras da instituição.
Os demais se verão forçados a deixar adormecer suas iniciativas, algumas vezes marcando de forma profunda suas personalidades. Muitos permanecerão dependentes, terão dificuldades para se adaptar às condições diferentes encontradas fora das Universidades, terão sua auto-estima ferida pela percepção tardia das deficiências de seus treinamentos e poderão inclusive estar despreparados para buscar a solução para elas.
Para evitar este lado negativo do ensino universitário, é necessário que sejam introduzidos conceitos andragógicos nos currículos e abordagens didáticas dos cursos superiores. Por estar a maioria dos Universitários na fase de transição acima mencionada, não pode haver um abandono definitivo dos métodos clássicos. Eles precisarão ainda de que lhes seja dito o que aprender e lhes seja indicado o melhor caminho a ser seguido. Mas devem ser estimulados a trabalhar em grupos, a desenvolver idéias próprias, a desenvolver um método pessoal para estudar, a aprender como utilizar de modo crítico e eficiente os meios de informação disponíveis para seu aprendizado.
APLICAÇÃO DA TEORIA ANDRAGÓGICA NA APRENDIZAGEM DE ADULTOS.
Migrar do ensino clássico para os novos enfoques andragógicos é, no mínimo, trabalhoso (ninguém disse que era fácil..!).O corpo docente envolvido nesta migração precisa ser bem preparado, inclusive através de programas andragógicos (afinal, são adultos em aprendizagem!).Burley (1985) enfatizou o uso de métodos andragógicos para o treinamento de educadores de adultos.
O professor precisa se transformar num tutor eficiente de atividades de grupos, devendo demonstrar a importância prática do assunto a ser estudado, teve transmitir o entusiasmo pelo aprendizado, a sensação de que aquele conhecimento fará diferença na vida dos alunos; ele deve transmitir força e esperança, a sensação de que aquela atividade está mudando a vida de todos e não simplesmente preenchendo espaços em seus cérebros.
As características de aprendizagem dos adultos devem ser exploradas através de abordagens e métodos apropriados, produzindo uma maior eficiência das atividades educativas.
Tirando proveito da Experiência Acumulada pelos Alunos.
Os adultos têm experiências de vida mais numerosas e mais diversificadas que as criança. Isto significa que, quando formam grupos, estes são mais heterogêneos em conhecimentos, necessidades, interesses e objetivos. Por outro lado, uma rica fonte de consulta estará presente no somatório das experiências dos participantes. Esta fonte poderá ser explorada através de métodos experienciais (que exijam o uso das experiências dos participantes), como discussões de grupo, exercícios de simulação, aprendizagem baseada em problemas e discussões de casos. Estas atividades permitem o compartilhamento dos conhecimentos já existentes para alguns, além de reforçar a auto-estima do grupo. Uma certa tendência à acomodação, com fechamento da pente do grupo para novas idéias deverá ser quebrada pelo professor, propondo discussões e problemas que produzam conflitos intelectuais, a serem debatidos com mais ardor.
Propondo Problemas, Novos Conhecimentos e Situações sincronizadas com a Vida Real.
Os adultos vivem a realidade do dia-a-dia. Portanto, estão sempre propensos a aprender algo que contribua para suas atividades profissionais ou para resolver problemas reais. O mesmo é verdade quando novas habilidades, valores e atitudes estiverem conectadas com situações da vida real. Os métodos de discussão de grupo, aprendizagem baseada em problemas ou em casos reais novamente terão utilidade, sendo esta mais uma justificativa para sua eficiente utilização. Muitas vezes será necessária uma avaliação prévia sobre as necessidades do grupo para que os problemas ou casos propostos estejam bem sintonizados com o grupo.
Justificando a necessidade e utilidade de cada conhecimento
Adultos se sentem motivados a aprender quando entendem as vantagens e benefícios de um aprendizado, bem como as conseqüências negativas de seu desconhecimento. Métodos que permitam ao aluno perceber suas próprias deficiências, ou a diferença entre o status atual de seu conhecimento e o ponto ideal de conhecimento ou habilidade que ser-lhe-á exigido, sem dúvida serão úteis para produzir esta motivação. Aqui cabem as técnicas de revisão a dois, revisão pessoal, auto-avaliação e detalhamento acadêmico do assunto. O próprio professor também poderá explicitar a necessidade da aquisição daquele conhecimento.
Envolvendo Alunos no Planejamento e na Responsabilidade pelo Aprendizado
Adultos sentem a necessidade de serem vistos como independentes e se ressentem quando obrigados a acceder ao desejo ou às ordens de outrem. Por outro lado, devido a toda uma cultura de ensino onde o professor é o centro do processo de ensino-aprendizagem, muitos ainda precisam de um professor para lhes dizer o que fazer. Alguns adultos preferem participar do planejamento e execução das atividades educaicionais. O professor precisa se valer destas tendências para conseguir mais participação e envolvimento dos estudantes. Isto pode ser conseguido através de uma avaliação das necessidades do grupo, cujos resultados serão enfaticamente utilizados no planejamento das atividades. A independência, a responsabilidade serão estimulados pelo uso das simulações, apresentações de casos, aprendizagem baseada em problemas, bem como nos processos de avaliação de grupo e autoavaliação.
Estimulando e utilizando a Motivação Interna para o Aprendizado.
Estímulos externos são classicamente utilizados para motivar o aprendizado, como notas nos exames, premiações, perspecitivas de promoções ou melhores empregos. Entretanto as motivações mais fortes nos adultos são internas, relacionadas com a satisfação pelo trabalho realizado, melhora da qualidade de vida, elevação da auto-estima. Um programa educacional, portanto, terá maiores chances de bons resultados se estiver voltado para estas motivações pessoais e for capaz de realmente atender aos anseios íntimos dos estudantes.
Facilitando o Acesso, os Meios, o Tempo e a Oportunidade
Algumas limitações são impostas a alguns grupos de adultos, o que impedem que venham a aprender ou aderir a programas de aprendizagem. O tempo disponível, o acesso a bibliotecas, a serviços, a laboratórios, a Internet são alguns destes fatores limitantes. A disponibilização destes fatores aos estudantes sem dúvida .contribui de modo significativo para o resultado final de todo o processo.
Outros Aspectos da Aprendizagem de Adultos
Adultos não gostam de ficar embaraçados frente a outras pessoas. Assim, adotarão uma postura reservada nas atividades de grupo até se sentirem seguras de que não serão ridicularizadas. Pessoas tímidas levarão mais tempo para se sentirem à vontade e não gostam de falar em discussões de grupo. Elas podem ser incentivadas a escrever suas opiniões e posteriormente mudarem de grupos, caso se sintam melhor em outras companhias.
O ensino andragógico deve começar pela arrumação da sala de aulas, com cadeiras arrumadas de modo a facilitar discussões em pequenos grupos. Nunca deverão estar dispostas em fileiras.
Antes de cada aula, o professor deverá escrever uma pergunta provocativa no quadro, de modo a despertar o interesse pelo assunto antes mesmo do inicio da atividade.
O professor afeito ao ensino de adultos raramente responderá alguma pergunta. Ele a devolverá à classe, perguntando "Quem pode iniciar uma resposta?" ("Quem sabe a resposta?" e' uma pergunta intimidante e não deverá ser utilizada).
O Professor nunca deverá dizer que a resposta de um adulto está errada. Cada resposta sempre terá alguma ponta de verdade que deve ser trabalhada. O professor deverá se desculpar pela pergunta pouco clara e refazê-la de modo a aproveitar a parte correta da resposta anterior. Fará então novas perguntas a outros estudantes, de modo a correlacionar as respostas até obter a informação completa.
Vimos acima que adultos, após 72 horas, lembram muito mais do que ouviram, viram e fizeram (85%) do que daquilo que simplesmente ouviram (10%). O "Teste de 3 minutos" é um excelente recurso para fixar o conhecimento. Os alunos são slicitados a escrever,no espaço de 3 minutos, o máximo que puderem sobre o assunto que discutido. Isto reforça o aprendizado criando uma percepção visual sobre o assunto.
Adultos podem se concentrar numa explanação teórica durante 07 minutos. Depois disso, a atenção se dispersa. Este período deverá ser usados pelo Professor para estabelecer os objetivos e a relevância do assunto a ser discutido, enfatizar o valor deste conhecimento e dizer o quanto sente-se motivado a discutí-lo. Vencidos os 07 minutos, é tempo de iniciar uma discussão ou outra atividade, de modo a diversificar o método e conseguir de volta a atenção. Estas alternâncias podem tomar até 30% do tempo de uma aula teórica, porém permitem quadruplicar o volume de informações assimiladas pelos estudantes.
CONCLUSÃO
Nos Cursos Universitários, geralmente recebemos adolescentes como calouros e liberamos adultos como bacharelandos. Estamos portanto trabalhando no terreno limítrofe entre a pedagogia e andragogia. Não podemos abandonar os métodos clássicos, de curriculos parcialmente estabelecidos e professores que orientem e guiem seus alunos, nem podemos, por outro lado, tolher o amadurecimento de nossos estudantes através da imposição de um curriculo rígido, que não valorize suas iniciativas, suas individualidades, seus ritmos particulares de aprendizado. Precisamos encontrar um meio termo, onde as características positivas da Pedagogia sejam preservadas e as inovações eficientes da Andragogia sejam introduzidas para melhorar o resultado do Processo Educacional.
Precisamos estimular o autodidatismo, a capacidade de autoavaliação e autocrítica, as habilidades profissionais, a capacidade de trabalhar em equipes. Precisamos enfatizar a responsabilidade pessoal pelo próprio aprendizado e a necessidade e capacitação para a aprendizagem continuada ao longo da vida. Precisamos estimular a responsabilidade social, formando profissionais competentes, com auto-estima, seguros de suas habilidades profissionais e comprometidos com a sociedade à qual deverão servir. Sem dúvida, a Andragogia será uma ótima ferramenta para nos ajudar a atingir estes objetivos.
Roberto de Albuquerque Cavalcanti é:
Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da UFPB, em 1973
Aprovado pelo ECFMG em 1973.
Professor Adjunto IV do Departamento de Cirurgia do CCS - UFPB
Vice-Chefe do Departamento de Cirurgia do CCS - UFPB
Membro da Comissão de Reforma Curricular da Coordenação do Curso de Medicina - CCS - UFPB.
Aprovado pelo ECFMG em 1973.
Professor Adjunto IV do Departamento de Cirurgia do CCS - UFPB
Vice-Chefe do Departamento de Cirurgia do CCS - UFPB
Membro da Comissão de Reforma Curricular da Coordenação do Curso de Medicina - CCS - UFPB.
andragogia. Portanto, não se deve abolir totalmente os pressupostos tradicionais e nem
transformá-los em ferramentas de engessamento dos cursos. Algumas características da
Pedagogia precisam ser mantidas e mescladas com algumas ferramentas da Andragogia.
A relação entre as ciências da Andragogia e da Pedagogia deve ser entendida como
uma relação de completude e não de rompimento. O papel da Andragogia no ensino superior
moderno deve ser o de municiar o professor de alternativas inteligentes e eficazes para a
obtenção de melhores resultados, mas sem renegar os princípios da Pedagogia, que seguem a
orientar a educação infantil.
Referências
ALCALÁ, Adolfo. Es la Andragogía una Ciencia?. Caracas: Ponencia, 1999.
CAVANCANTI, Roberto de Albuquerque; GAYO, Maria Alice Fernandes da Silva.
Andragogia na educação universitária. Conceitos. Disponível em:
<www.adufpb.org.br/publica/conceitos/11/art05.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2006.
CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionário etmológico Nova Fronteira da língua portuguesa /
Antonio Geraldo da Cunha; assistentes : Cláudio Mello Sobrinho... [et. al.]. – Rio de Janeiro :
Nova Fronteira, 1982.
FERRAZ, Serafim Firmo de Souza; LIMA, Tereza Cristina Batista de; SILVA, Suely
Mendonça de Oliveira e. Contratos de aprendizagem : Princípios andragógicos e ferramenta
de gestão da aprendizagem. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO-ENANPAD, 28., 2004,
Salvador. Anais…, Salvador: ANPAD, 2004. 1 CD-ROM.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio século XXI : O dicionário da
língua portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.
Andragogia: Aprendendo a ensinar adultosAutor: Carlos César Ribeiro SantosResumoA busca pela elevação da qualidade do ensino superior vem sendo tema recorrente em diversos fóruns, congressos, câmaras técnicas, debates, entre outros, por todo o país. Essa preocupação se deve pelo fato de que a grande maioria das instituições de ensino superior no Brasil ainda utilizam, equivocadamente, a pedagogia como base de sua metodologia de ensino. O grande questionamento se deve pelo fato de que as instituições de ensino superior possuem adultos em sua totalidade de alunos, logo, o adulto precisa saber o que está estudando, para que está estudando e se irá favorecer-lhe futuramente. Neste sentido, torna-se necessário um redimensionamento das metodologias pedagógicas nessas instituiçõesbrasileiras, ressaltando e apontando a importância da Andragogia. O método andragógico, favorece e estimula o adulto a aprender, e o questionamento se insere nesse ponto, porque não Andragogia e sim Pedagogia? Se são adultos, se são pessoas com experiências e bagagens de vida, se são consideradas adultas, porque não podem então ter uma educação especifica para tal? Este artigo aborda uma série de questionamentos sobre a questão da educação de adultos e da necessidade urgente do aprofundamento desta nova ciência “Andragogia”, baseada em vários teóricos do mundo e pesquisa bibliográfica sobre o tema. Palavras-chave: Andragogia, Educação de adultos, Pedagogia, Aprendizagem.
Andragogia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Andragogia é a arte ou ciência de orientar adultos a aprender, segundo a definição creditada a Malcolm Knowles, na década de 1970. O termo remete a um conceitode educação voltada para o adulto, em contraposição à pedagogia, que se refere à educação de crianças (do grego paidós, criança).
Para educadores como Pierre Furter (1973), a andragogia é um conceito amplo de educação do ser humano, em qualquer idade. A UNESCO, por sua vez, já utilizou o termo para referir-se à educação continuada.
Ciência que estuda as melhores práticas para orientar adultos a aprender. É preciso considerar que a experiência é a fonte mais rica para a aprendizagem de adultos. Estes são motivados a aprender conforme vivenciam necessidades e interesses que a aprendizagem satisfará em sua vida. O modelo andragógico baseia-se nos seguintes princípios.
1. Necessidade de saber: adultos precisam saber por que precisam aprender algo e qual o ganho que terão no processo.
2. Autoconceito do aprendiz: adultos são responsáveis por suas decisões e por sua vida, portanto querem ser vistos e tratados pelos outros como capazes de se autodirigir.
3. Papel das experiências: para o adulto suas experiências são a base de seu aprendizado. As técnicas que aproveitam essa amplitude de diferenças individuais serão mais eficazes.
4. Prontidão para aprender: o adulto fica disposto a aprender quando a ocasião exige algum tipo de aprendizagem relacionado a situações reais de seu dia-a-dia.
5. Orientação para aprendizagem: o adulto aprende melhor quando os conceitos apresentados estão contextualizados para alguma aplicação e utilidade.
6. Motivação: adultos são mais motivados a aprender por valores intrínsecos: autoestima, qualidade de vida, desenvolvimento.
Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Administração escolar | Arte-educação | Biologia educacional | Distúrbios da aprendizagem | Educação de adultos | Educação inclusiva | Educação popular | Filosofia da educação | Medidas educacionais | Metodologias de ensino | Necessidades educativas especiais | Orientação educacional |Pedagogia | Politicas educacionais | Psicologia da aprendizagem | Psicopedagogia | Sociologia da educação | Supervisão do ensino | Tecnologias educacionais | Psicologia do desenvolvimento | Teorias da aprendizagem
Ensino por tema: Alfabetização | Educação sexual | Educação matemática | Ensino da língua materna
Níveis de ensino: Educação infantil | Ensino fundamental | Educação especial | Ensino médio | Ensino superior
Rankings internacionais: Índice de alfabetização | Programa Internacional de Avaliação de Alunos | Índice de educação
DISCIPLINA: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CRÉDITOS: 02 CARGA HORÁRIA: 30 h EMENTA: O conceito de alfabetização numa visão histórica, social, política e cultura.A alfabetização de jovens e adultos no Brasil .A Andrologia. A alfabetização numa perspectiva sócio-construtiva . As contribuições de Paulo Freire. A psicogênese da língua escrita. A avaliação como análise do processo. O papel do professor alfabetizador e as relações estabelecidas no ato pedagógico.
OBJETIVOS:
Compreender a educação de jovens e adultos de Jovens e Adultos como
um processo que resgata e recria as experiências de vida dos alunos enquanto
construtores de conhecimento que liberta-os e interfere no contexto social em que
estão inseridos possibilitando a vivência da cidadania.
PROGRAMA:
1. O conceito de alfabetização de jovens e adultos numa visão histórica,social,
política e cultural.
2. Os movimentos de alfabetização de jovens e adultos no Brasil.
3. A Antrodologia e suas premissas básicas.
4. A Alfabetização de jovens e adultos na concepção de Paulo Freire.
5. As contribuições de Emília Ferreiro: a psicogênese da língua escrita.
6. As relações estabelecidas no ato pedagógico:
6.1. O papel do professor(informante x mediador)
6.2. A função do ato pedagógico
6.3. A avaliação do processo ensino/aprendizagem (ação-reflexão-ação)
6.4. O ambiente alfabetizador e as relações de aprendizagem
6.5. A auto-estima do educando e o desejo de aprender.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E O DESPORTO. Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96. Brasília, 1996.
FREIRE,Paulo. Alfabetização: leitura do mundo da palavra. Rio de Janeiro:
Paz e Terra,1990
GROSSI, Éster Pillar. O prazer de se fazer leitor.
BIBLIOGRAFIA COMPLIEMENTAR:
FREIRE, PAULO. A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER. São Paulo:Cortez,1994.
Pedagogia do oprimido.Rio de Janeiro : Paz e Terra, 1997
EDUCAÇÃO E MUDANÇA. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003
PEDAGOGIA DA AUTONOMIA:Saberes necessários à prática educativa. 12ª
ed. São Paulo: Paz e Terra, 1998
COATA ,Marisa Vorraber(org). EUCAÇÃO POPULAR HOJE. São Paulo:
Layola,1998
FERREIRO, Emília. REFLEXÕES SOBRE ALFABETIZAÇÃO.São Paluo:
Cortez, 1995
GADOTTI, Moacir e Romão, José. EDUCAÇÃO DE JOVENS E
ADULTOS: Teoria,prática e proposta, 2ª ed. São Paulo:Cortez 2000
ZITKOSKI,Jaime José. Horizontes da fundação em educação
popular:um dialogo entre Freire e Harbemas.Ed.Uri,Frederico
Westhephalen:2000
http://www.ccs.ufpb.br/depcir/andrag.html
A mesma pedagogia é usada em crianças e adultos, embora a própria origem da palavra se refira à educação e ensino das crianças (do grego paidós ...
http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/andragogia.htm
Precisamos ter a capacidade de compreender que na educação dos adultos o currículo deve ser estabelecido em função da necessidade dos estudantes, pois ...
http://www.aedb.br/seget/artigos10/402_ArtigoAndragogia.pdf
possuem adultos em sua totalidade de alunos, logo, o adulto precisa saber o que está ... Palavras-chave: Andragogia, Educação de adultos, Pedagogia, ...
http://pt.wikipedia.org/wiki/Andragogia
O termo remete a um conceito de educação voltada para o adulto, em contraposição à pedagogia, que se refere àeducação de crianças (do grego paidós, ...
http://pt.wikipedia.org/wiki/Andrologia
Saúde e educação ... Andrologia (<grego, original e transliterado ανδρος, andrós + λόγος, logos = "homem" e "estudo [de]") é a especialidade médica dedicada ...
https://www.ufmg.br/online/arquivos/034906.shtml
2 dias atrás ... ... em andrologia veterinária, oferecido pelo Centro de Apoio à Educação a Distância (Caed) em parceria com a Escola de Veterinária. São 30 ...
https://www.ufmg.br/ead/site/index.php/publicacoes/editais/editais-em-andamento/865-edital-034-2...
Você está aqui: Pagina Principal · Publicações · Editais · Editais em Andamento Edital 034/2014 -- Seleção de alunos do curso de atualização em Andrologia ...
http://www.unicruz.edu.br/site/cursos/quimica/ementas2010/eja.pdf
DISCIPLINA: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS ... A Andrologia. ... O conceito de alfabetização de jovens eadultos numa visão histórica,social, política e ...
http://www.hagah.com.br/rs/bento-goncalves/guia/andrologia-e-urologia/%3Fq%3D%3B%3Bc1481
Consulte Andrologia e Urologia no hagah. Encontre Andrologia e Urologia no estado RS e Bento Gonçalves.
http://www.grupogen.com.br/saude/medicina/endocrinologia/e-book-endocrinologia-feminina-e-androl...
Esta obra é totalmente voltada para a prática em consultórios ou ambulatórios de Endocrinologia, Ginecologia eUrologia/ Andrologia e foi escrita para ...
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